quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Almada | Autárquicas'2017: os cartazes do Partido Socialista

Desde o final de Julho que o Partido Socialista (PS) revelou os seus primeiros cartazes para as eleições autárquicas, em Almada, que traz Inês de Medeiros como candidata à Presidência da Câmara Municipal.
Imagem retirada do perfil de Facebook de Inês de Medeiros
É difícil perceber o que se pretende exactamente com esta espécie de cartaz. Em alguns aspectos parece muito bem conseguido, noutros parece que se excede na desordem.
Exemplar de cartaz retirado da página de Facebook do PS Almada

Em primeiro lugar, há que saudar a diversidade. Os cartazes da candidatura "Almada Pode" não se resumem a uma única imagem reproduzida em massa e espalhada pelo concelho, como sucede, por exemplo, com os do Bloco de Esquerda, que exibem sempre a mesma imagem, independentemente do local onde se encontrem.
Os cartazes do PS apresentam uma série de reflexões e questões - as quais não são especificamente direccionadas ao local onde se encontram, como se verifica, por exemplo, com alguns do PSD -, questões abstractas de quem vive no concelho.
Também alternam estes cartazes entre mostrar apenas o rosto da candidata e seguir um modelo Bloco de Esquerda e PSD, que apresenta em grande plano, tanto o rosto da candidata à Câmara Municipal como o do cabeça-de-lista à Assembleia Municipal de Almada.

Todavia, os cartazes do PS Almada também parecem ser uma espécie de sushi de fusão criado com as sobras que estão no frigorífico: juntam-se vários estilos (do clássico e conservador ao moderno), alguns em estado cru, sem grande tratamento ou rigor, e está feito um cartaz. O resultado não é de todo consensual, pode cansar o destinatário e, em suma, a beleza estará sempre nos olhos de quem a vê.
E, se a isto juntarmos algumas mensagens completamente vagas ou sem nexo - "Almada não pode ser a margem que todos preferem?" é um autêntico tiro no pé que reflecte uma visão típica de quem não tem afinidade com Almada e faz a sua vida tradicionalmente em Lisboa -, então a empatia com o cartaz, por mais sorridente que esteja a candidata, diminui ainda mais.

Mais um cartaz com uma pergunta/reflexão sem nexo

Neste contexto, importa fazer as seguintes observações:
Pontos fortes:
  • A forte presença da identidade da candidata à Câmara Municipal. Percebe-se que Inês de Medeiros é a estrela da campanha, em quem se depositam todas as esperanças, e é-lhe dado todo o destaque possível. O seu rosto está em todo o lado e ocupa uma proporção considerável do cartaz. É arriscado, sobretudo se não for houver empatia com a candidata, mas compreende-se uma aposta desta natureza.
  • Dois fundos. No de base, o branco ou o cinzento claro como cor de fundo não assenta mal num cartaz quando não é a cor predominante, servindo até para destacar outras cores, como é o caso do encarnado, escolhido para fazer de fundo principal para destacar a mensagem.
  • Diversidade de mensagens, fazendo com que cada cartaz seja passível de suscitar curiosidade.
  • Mensagens curtas e simples.
  • Identificação dos meios de acesso ao perfil de Facebook e à página electrónica da campanha.
  • Utilização de etiquetas digitais e escolha de uma etiqueta simples e inspiradora que, mesmo que escrita em letras minúsculas, permite a separação das duas palavras e, consequentemente, a sua compreensão (#almadapode).
  • A identidade do partido está presente. Qualquer pessoa fica a perceber que para votar em Inês de Medeiros tem de votar no PS.
  • Ousadia na forma como se recorre a um estilo moderno e jovem em parte do cartaz, nomeadamente, no fundo encarnado que sustenta a mensagem, que não se limita a assumir uma forma geométrica rígida, e tanto no texto inclinado como no tipo de letra da etiqueta digital, como que dando um ar de graffiti, típica arte urbana.
Pontos fracos:
  • Sobrepor o fundo principal que sustenta a mensagem à foto com a imagem da candidata, remetendo-a para segundo plano.
  • Não são apresentadas propostas. Os temas de reflexão na mensagem não podem ser vagos e acompanhados de um "Connosco pode. Almada pode" ou ficarem sem resposta sequer. Seria extremamente importante que o PS aproveitasse estas mensagens para seguir o exemplo do PSD e apresentar propostas. Só assim é possível a qualquer candidato demarcar-se da CDU. Caso contrário, trata-se apenas de um rosto ou de um conjunto de pessoas que não vêm acrescentar nada aos que já cá estão e dos quais já se sabe o que esperar.
  • O não recurso a outros meios digitais além do Facebook e da página. Como se pretende explorar a etiqueta digital? No Facebook, onde se recorre a um formato de texto corrido e ainda se está bastante longe de estar implantada a cultura de conteúdos curtos e com palavras com o símbolo cardinal como prefixo? Há uma qualquer alergia ou incapacidade para aproveitar meios como o Twitter, o Instagram ou o WhatsApp.


Uma nota final para a página "Almada Pode". De momento, contém apenas uma ligação para a página de Facebook do PS Almada, mas a imagem de entrada funciona, parecendo o cartaz com o elenco de um filme. É uma forma arrojada e diferente de apresentar conteúdos. Mas, a meu ver, funciona plenamente. Saúda-se igualmente o domínio .pt no endereço do cartaz. Cá estaremos para ver o conteúdo que surgir. Faltam menos de 2 meses para as eleições. Não faria sentido já estar tudo pronto?
Imagem de entrada na página da candidatura "Almada Pode"

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Almada | Autárquicas'2017: a estratégia de propaganda do CDS-PP

Há 4 anos, o CDS-PP resumia a sua estratégia de propaganda autárquica a um cartaz gigante no final do IC20 e apostava fortemente nos cartazes digitais partilhados na página do partido. Houve uma evolução face ao tempo em que o CDS-PP brindava o público com cartazes digitais concebidos em formato PowerPoint e com um grau de profissionalismo e bom senso desastrosos.
Na altura, abusava-se da narrativa da "necessidade de redução da propaganda de rua para poupar nos custos". A verdade é que a concelhia de Almada do CDS-PP não tinha fundos suficientes, sequer, para pagar impressões a preto e branco. E tanto os órgãos distritais como os nacionais desconfiavam da entrega de verba para um colectivo de pessoas sem estratégia minimamente credível.
Sublinhe-se, novamente, que o CDS-PP Almada evoluiu na estratégia de propaganda autárquica. Não muito, mas evoluiu. O grafismo actual não é totalmente comparável ao de 2013.
Exemplo de cartaz digital difundido pelo CDS-PP Almada
O CDS-PP tem alternado a sua estratégia de propaganda entre dois meios: o digital e os panfletos entregues directamente aos cidadãos ou depositados nas caixas de correio. O exemplo acima apresentado tem sido utilizado nuns e noutros.
O problema é que a estratégia seguida revela uma aposta severa no culto da personalidade. Mais concretamente no da Presidente da concelhia e, também, cabeça-de-lista à União das Freguesias de Charneca-Sobreda, Sara Machado Gomes. Sara Machado Gomes era a militante do CDS-PP que, em 2013, surgia num cartaz digital usando bata e estetoscópio, fazendo-se passar por médica sem o ser. Agora, surge noutro registo.
Ora, com base no que é publicado e dado a conhecer, o CDS-PP tem candidatos a, pelo menos, quatro juntas de freguesia: Charneca-Sobreda, Almada-Cacilhas-Cova da Piedade-Pragal, Costa da Caparica e Caparica-Trafaria. Tem também o cabeça-de-lista à Câmara Municipal e um candidato a Vice-Presidente. A pergunta que importa fazer é: porque motivo as imagens promovidas pelo CDS-PP Almada se foquem quase exclusivamente à candidata Sara Machado Gomes?
Analisámos as fotos feitas na página do CDS-PP Almada e constata-se que, só nos últimos meses, entre todos os candidatos autárquicos já conhecidos, Sara Machado Gomes está presente em 90% delas e em 100% das fotos em todos os eventos organizados ou participados pela concelhia.

Por sua vez, o candidato já há muito conhecido à Câmara Municipal de Almada, António Pedro Maco, aparece em raras fotos, sendo feitas publicações com referências à sua pessoa mas apenas em texto.

Façam o exercício nestes dois exemplos que atestam a quantidade de sessões fotográficas feitas à Presidente da Concelhia e a forma como fotos pessoais são utilizadas para fins políticos:

Quantas vezes é publicado um conteúdo com Sara Machado Gomes?
Quantos conteúdos com outros candidatos foram publicados?

Neste quadro, importa formular quatro novas perguntas:
1- Porque motivo não é dado o mesmo destaque na plataforma digital aos restantes candidatos?
2- Como se justifica que a candidatura a uma junta de freguesia tenha tanto destaque e o candidato a Presidente da Câmara Municipal permaneça incógnito e resumido a textos divulgados no Facebook? Ou acredita o CDS-PP Almada que, à parte de quem integre órgãos municipais, os almadenses sabem que é António Pedro Maco?
3- Foram feitos panfletos para serem entregues nas restantes juntas de freguesia ou o investimento está reservado a Charneca-Sobreda?
4- Se se pretende fazer do CDS-PP Almada e respectivas plataformas um templo que preste tributo à magnífica obra e existência da líder da concelhia, estando esta para o CDS-PP Almada como Ho Chi Minh está para o Vietname e Hugo Chávez para a Venezuela, porque motivo não é ela a candidata a Presidente da Câmara de Almada?

Em suma, não se percebe qual é o objectivo da concentração de esforços na campanha na Charneca-Sobreda. Até se poderia dizer que o CDS-PP quer recuperar o único vogal de freguesia que teve entre 2009-2013. Mas é esta a aposta do partido em Almada? Entre tantos mandatos disponíveis apostar tudo num mandato de freguesia? Teria algum custo para o CDS-PP diversificar a aposta e, no mínimo, dar mais destaque e um tratamento igual aos restantes nos meios digitais? Que não subsistam dúvidas quanto ao facto de a campanha do CDS-PP Almada estar a ser feita para consumo interno, para se evidenciarem dentro do próprio partido, já que é essa a esmagadora maioria dos seguidores do CDS-PP Almada nas plataformas digitais.

Estaremos todos certamente curiosos para saber qual será o desfecho desta estratégia negligente.

Para já, o que há a dizer sobre os panfletos físicos distribuídos pelo CDS-PP na Charneca da Caparica?

Pontos fortes:

  • A qualidade de impressão é muito boa e colorida.
  • Tem conteúdos na frente e no verso.
  • É fiel às cores e à identidade do partido, estando muito bem identificado o seu símbolo.
  • A candidata à União das Freguesias de Charneca e Sobreda está muito bem identificada, sendo feita referência ao nome e ao cargo a que concorre e com uma foto onde se reconhece facilmente a candidata.
  • A cor, o tipo e o tamanho de letra são os ideais para o meio em apreço.
  • Embora sem se compreender o seu alcance, é identificável um lema.
  • Apresenta propostas.


Pontos fracos:

  • Estratégia dedicada exclusivamente a uma única união de freguesias. Perdeu-se uma excelente oportunidade para promover os cabeças-de-lista à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal.
  • Não é feita qualquer indicação aos meios de contacto com o partido, nem às plataformas digitais - o CDS-PP Almada ainda nem sequer conseguiu criar um endereço simplificado de Facebook;
  • Os conteúdos digitais e físicos do CDS-PP Almada chegam a um número muito reduzido de pessoas.


Em suma, os conteúdos do CDS-PP continuam pobres, alternando entre textos demasiado longos, quando se exigem síntese e objectividade, e imagens com promoção da imagem da Presidente da concelhia sem grande rigor ou profissionalismo.

Se existe escassez de recursos, solicitem ajuda a colegas de partido ou apostem tudo em meios capazes de chegar ao maior número de pessoas possível de uma vez. E nem é preciso muito esforço. Basta porem os olhos nos vizinhos do Seixal, que estão a seguir uma estratégia equilibrada, ponderada, séria e honesta, apesar das já conhecidas dificuldades.

Comparem o que é feito em Almada com os cartazes do Seixal:
Exemplo de cartaz divulgado nos meios digitais e em MUPI

Estes cartazes do CDS-PP Seixal estão espalhados por todo o concelho, em ruas e rotundas. Apesar de ser possível melhorar os conteúdos do Seixal, as diferenças para Almada são muitas, destacando-se as seguintes:

  • O cabeça-de-lista à Câmara Municipal do Seixal consta em todos os cartazes (à esquerda) e cada freguesia tem cartazes personalizados com o cabeça-de-lista à junta respectiva;
  • Contém um endereço electrónico no qual a concelhia do partido pode ser encontrada;
  • A imagem de cada candidato revela um padrão: estilo formal como forma de transmitir uma imagem que dê confiança ao eleitor. Isto contrasta claramente com os panfletos digitais com fotografias da candidata à União das Freguesias de Charneca e Sobreda como se fossem retiradas de um álbum de fotos da sua intimidade.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Almada | Autárquicas'2017: os panfletos do PSD

O PSD tem estado muito dinâmico e apostado em fazer uma campanha suficientemente forte para garantir um resultado eleitoral que lhe permita, pelo menos, assumir a posição de segunda maior força política no concelho.
 
O PSD entrou cedo, com propaganda de guerrilha sob a forma de cartazes, ainda em Maio, apresentou os candidatos aos órgãos autárquicos também em Maio, e tem estado nas ruas e presente noutros eventos públicos.
 
Se a CDU apostou na distribuição de panfletos nas caixas de correio das residências de algumas ruas de Almada, o PSD tem também distribuído panfletos à população. O contacto directo continua a ser um meio de excelência ao serviço dos partidos e o PSD Almada não o recusa, tendo já mais do que um modelo diferente de folheto distribuído à população.
 
Imagens fornecidas pelo candidato do PSD à JF Charneca-Sobreda
 
Um segundo folheto distribuído em Charneca-Sobreda
 
Várias coisas saltam à vista nos dois folhetos, a esmagadora maioria delas, a nosso ver, primam pela inteligência e pela forma como se pretende chegar às eficazmente às massas.
 
Pontos fortes:
  • A qualidade de impressão é muito boa, a cores e com um visual moderno.
  • Os panfletos são desdobráveis e impressos na frente e no verso.
  • Relativamente ao primeiro, há uma clara sofisticação face aos da CDU no sentido de não ter uma forma rectangular estática, antes querendo aparentar a forma dinâmica de um telemóvel, símbolo de modernidade.
  • Cada panfleto está personalizado para cada união de freguesias, não se limitando o PSD a imprimir massivamente um conjunto de textos abstractos e neutros do ponto de vista da freguesia.
  • A escolha e a combinação de cores está bem feita em qualquer um dos panfletos.
  • No primeiro panfleto, a ordem de visualização está muito bem conseguida: em primeiro lugar, surge um candidato facilmente identificável (quanto à foto, quanto ao nome e quanto ao lugar a que concorre), em segundo as medidas propostas e, finalmente, o partido pelo qual se candidata e a identificação das redes sociais onde a candidatura está presente.
  • Apesar das críticas ao lema escolhido para a candidatura do PSD à União das Freguesias de Charneca da Caparica e Sobreda, não deixa de ser coerente a insistência em fazer-se referência a esse lema e à etiqueta digital do mesmo.
  • Existe uma clara aposta nas plataformas digitais.
  • Discurso simples e objectivo.
  • Apresenta propostas concretas para a freguesia, podendo lançá-las, desde já, a discussão.
 
Pontos fracos:
  • Estratégia dedicada exclusivamente à realidade das freguesias. Em nenhum deles é feita uma referência aos candidatos aos órgãos municipais, sendo que todos estes meios de propaganda são uma excelente forma de tentar injectar os principais candidatos na mente do eleitorado. No caso concreto destes panfletos, acreditamos que existia espaço para projectar os candidatos à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal, nem que fosse só pelas fotos e com referência aos nomes, já que, também eles, fazem parte do projecto para as freguesias.
  • O lema #ResolverACharnecaSobreda continua a ser um enigma que os panfletos não desvendam. Sabe-se o que o PSD propõe para esta união de freguesias, mas não se percebe exactamente o que é que necessita de ser resolvido.
  • Falta um endereço directo para a página de Facebook do PSD Almada e para a página da candidatura, um e-mail de contacto e uma maior exploração do endereço oficial na internet. Parece que a única forma de chegar à candidatura e ao PSD Almada é através de uma etiqueta digital. Isto cria dificuldades para quem não estiver familiarizado com o método.
  • O panfleto só chega ao eleitorado se o eleitorado se deslocar aos sítios onde estiver presente o PSD. É uma diferença significativa face ao da CDU, que se impõe, mesmo que a população o evite na rua.
 
Perante isto, os panfletos em apreço são de louvar por se traduzirem num meio bem conseguido de chegar ao eleitorado dando-lhe já muita matéria para reflectir ao mesmo tempo que marca a diferença face aos adversários. Não compreendo a aversão dos candidatos de todos os partidos, em Almada, para a exploração da plataforma Twitter e, eventualmente, também para o Whatsapp, lamentando-se a falta de uma estratégia que melhor consiga aproveitar as potencialidades daquela aplicação.

sábado, 15 de julho de 2017

Almada | Autárquicas'2017: os panfletos da CDU

Além do Partido Social Democrata (PSD) e do Bloco de Esquerda (BE), também a Coligação Democrática Unitária (CDU) já está nas ruas. A diferença face aos dois primeiros é que a coligação comunista não dispõe ainda de cartazes exclusivamente autárquicos mas tem depositado panfletos nas caixas de correio das habitações de algumas ruas do concelho de Almada.

O panfleto da CDU personalizado para a União das Freguesias de Almada-Pragal-Cacilha-Cova da Piedade

O meio escolhido pela CDU para atacar, pelo menos, a repetição dos resultados de 2013 destaca-se dos das demais candidaturas. Os cartazes têm tempo e surgirão muito brevemente. Para começar, o depósito de panfletos nas caixas do correio das habitações de algumas ruas. Isto, por si só, é o suficiente para marcar a diferença face a todos os outros.

E a estratégia escolhida revela inteligência, não só por ser diferente, como por se tratar de uma campanha mais pessoal, que aproxima a CDU de cada agregado familiar que tem propaganda na sua caixa do correio. O efeito é exactamente o mesmo de receber uma carta e tem um impacto completamente diferente dos cartazes distribuídos pelas ruas para qualquer um ver. O segundo, dirige-se às massas, em abstracto. O depósito de panfletos nas caixas do correio individualiza e aproxima a candidatura dos eleitores.

Para se ter uma ideia, foi com base numa estratégia orientada por um semelhante princípio de individualização (embora com as devidas adaptações) que Barack Obama conseguiu superar Hillary Clinton nas primárias do partido Democrata, em 2008. O que a CDU está a fazer não é a mesma campanha de porta a porta, mas acaba por ser uma "espécie de" em versão low cost dada a impossibilidade para repetir na mesma medida. É, de facto, uma forma de se aproximar um pouco mais do eleitor do que através dos cartazes de rua.

Os panfletos da CDU têm algumas características que justificam uma análise mais profunda.

Pontos fortes:
  • A qualidade de impressão é francamente boa, a cores e com qualidade semelhante a uma publicação profissional.
  • Os panfletos são desdobráveis e impressos frente e verso. Uma vez mais, isto denota profissionalismo e impressiona quem os recebe.
  • Ao contrário dos cartazes de PSD e BE, a CDU apresenta três candidatos e não dois: os cabeças-de-lista à Assembleia Municipal, à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia. Ou seja, o destinatário é confrontado com mais um rosto, com o qual pode familiarizar-se de imediato sem ter de perguntar a terceiros "quem é o candidato da CDU à Junta?".
  • A CDU não se limitou a imprimir uma única versão panfleto em massa. Os panfletos estão personalizados para cada uma das freguesias: cada freguesia tem o rosto do candidato da CDU respectivo. Apenas se repetem os cabeças-de-lista à Assembleia Municipal e à Câmara Municipal.
  • Cada panfleto contém ainda uma mensagem de cada um dos três candidatos. Corolário do ponto anterior é que a CDU consegue colocar num mesmo meio tanto discursos macro, de âmbito municipal, como ainda de incidência micro, com particularidades próprias de cada freguesia.
  • Os símbolos da coligação estão muito bem identificados e de forma simples.
  • À semelhança de 2013, há uma aposta nas plataformas digitais, com a indicação das páginas electrónica e de Facebook em duas faces distintas do panfleto. O eleitor que pretenda obter mais informações e familiarizar-se com a candidatura, sabe onde dirigir-se.

Pontos fracos:
  • A incompreensível ausência de um lema de campanha... a menos que "Almada! Concelho!" seja o lema da CDU para as autárquicas de 2017. Se assim for, é muito pobre e macula uma campanha que até começa, a nosso ver, muito bem.
  • Repete-se exactamente o mesmo grafismo de 2013, com nuances muito ligeiras, o que denota uma de duas coisas: a crença total no princípio "em estratégia ganhadora não se mexe" ou simplesmente falta de criatividade.
  • Replica os chavões "trabalho, honestidade, competência". Não é por escrever insistentemente três valores universais e abstractos, que todos promovem, que o eleitorado confia mais no que lê. Em suma, nada acrescenta.
  • A ausência de propostas. O panfleto tem três mensagens distintas e nenhuma delas apresenta uma proposta que seja para o quadriénio 2017-2021. Apenas visita lugares comuns.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Almada | Autárquicas'2017: a CDU e as prestações de serviços

Os ajustes directos, as avenças e as prestações de serviços são apenas algumas das pragas que dominam a realidade política portuguesa. Quando falamos destes institutos em sede de poder local, a praga ganha contornos ainda mais profundos. Porquê? Porque quem está no poder pode aproveitar para celebrar contratos que favoreçam (financeiramente) pessoas do próprio partido ou terceiros com os quais tenham alguma proximidade.
 
Veja-se o caso da CDU, em Almada.
 
Em 2015, a Câmara Municipal de Almada entendeu que não tinha juristas suficientes ao serviço da autarquia. Não tem, de certeza? Mas o que decidiu a CDU fazer? Contratos de prestações de serviços jurídicos com juristas ou advogados directamente relacionados com o Partido Comunista.
 
São exemplo disso os contratos de prestação de serviços celebrados em 2015 e 2016 entre a Câmara Municipal de Almada e Luís Corceiro Mendes, membro do Partido Comunista, para prestar serviços de assessoria e consulta jurídicas. O segundo contrato pode ser consultado aqui. À luz deste contrato, com a duração de 12 meses, o Município assume o pagamento de um salário mensal de 1.900 euros a que acrescem o IVA e despesas de 90 euros mensais. Ou seja, um vencimento a que muitos técnicos superiores não têm direito.
 
Com alguma perícia e paciência, ainda seria possível integrar o advogado Luís Corceiro nos quadros da Câmara Municipal de Almada ao abrigo do programa de integração dos precários, actualmente em curso.
 
Veja-se um outro contrato mais recente de ajuste directo. Por alegada "ausência de recursos próprios", decidiu-se abrir procedimento com vista à "celebração de um contrato de prestação de serviços por ajuste directo com um(a) técnico(a) com formação superior, pelo valor mensal de €2.291,00, acrescido de IVA à taxa legal" para prestar apoio ao Departamento de Intervenção Social e Habitação "na área jurídica especializada em habitação social e com mandato forense". Este valor deve ser pago em 12 prestações.
 
Aberto o procedimento, a escolha não foi difícil: o contrato foi celebrado com a advogada Anabela Cristina Almeida Respeita. Coincidência, a escolhida é Presidente da Mesa da União das Freguesias de Laranjeiro e Feijó... eleita pela CDU. Quantos candidatos concorreram a este apetecível procedimento? Em que meios foi divulgado? Que experiência tem a prestadora na área em apreço? Quais foram os critérios de escolha? Vamos ter uma renovação de contrato por mais um ano tendo como contrapartida o valor máximo previsto para ajustes directos desta natureza?
 
Estes são apenas dois exemplos. Mas há mais. Se a lei diz que é legal, é porque deve ser, mesmo que Anabela Respeita represente o Município e cumpra um mandato numa Junta de Freguesia que poderá, hipoteticamente, ter um conflito com o Município.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Almada | Autárquicas'2017: os cartazes do Bloco de Esquerda

O cartaz exposto em Cacilhas (foto retirada da página de Facebook do BE Almada)

O cartaz da candidatura do Bloco de Esquerda a Almada já se encontra nas ruas desde o início do mês de Julho. Algo que, por si só, já é de assinalar a três meses das eleições, sobretudo se nos recordarmos das últimas autárquicas, em que a estratégia do Bloco pareceu mal delineada e feita sob pressão, com uma aposta nos MUPI em detrimento dos cartazes gigantes e já muito em cima do acto eleitoral.

Desta vez, ainda não temos os MUPI (que vão acabar por surgir em complemento aos cartazes de maior dimensão e é muito provável que venham a replicar a imagem dos cartazes gigantes devidamente adaptadas), mas o Bloco já está nas ruas e em vários locais estratégicos (as rotundas são um clássico de qualquer partido ou movimento político).

À parte a correcção do já identificado erro de 2013, a campanha do Bloco de Esquerda para as autárquicas de Almada repete muito da receita de há quatro anos, começando nos cabeças-de-lista - Joana Mortágua para a Câmara Municipal e Carlos Guedes para a Assembleia Municipal. Mas as repetições não se ficam por aqui, senão vejamos:

  • A clara apresentação (e até o alinhamento) dos cabeças-de-lista aos órgãos municipais (Joana Mortágua à direita e à frente de Carlos Guedes);
  • A semelhança entre o lema e o sub-lema da campanha de 2017 com os de 2013: há quatro anos era "Em Bloco por Almada: marca a diferença" e agora é "Contigo, por Almada: a força do Bloco faz a diferença".

Face ao já conhecido, é possível fazer a seguinte avaliação ao cartaz do Bloco de Esquerda:

Pontos fortes:
  • Sem tecer comentários positivos ou negativos sobre estilos de visual e de vestir, porque cada um tem o seu perfil, é facilmente perceptível a forma como Joana Mortágua abandonou o estilo "juvenil" e "rebelde" de 2013 e adopta agora um estilo mais maduro e profissional, com vista a uma maior aproximação a todas as faixas etárias.
  • O Bloco de Esquerda identifica quem são os cabeças-de-lista aos órgãos municipais, não sendo desejável mais do que os dois principais sob pena de gerar confusão visual. Espera-se e compreende-se que identifique os cabeças-de-lista aos órgãos de freguesia noutro formato.
  • O rosto e a identificação dos cabeças-de-lista ocupam espaço suficiente para poderem ser facilmente reconhecidos.
  • O fundo do cartaz marca uma evolução positiva face ao branco de 2013. Aqui, o facto de o fundo revelar um conjunto de pessoas desfocadas favorece o destaque dado ao cartaz do Bloco já que coloca os dois cabeças-de-lista à frente como que a representar todos os desconhecidos que estão desfocados e que podem ser qualquer cidadão de Almada.
  • O símbolo do partido ocupa espaço suficiente e destaca-se do resto do cartaz.
  • O tamanho da letra escolhida para o mote é o ideal.
  • O sub-lema escolhido "a força do Bloco faz a diferença", que destaca o partido face aos restantes e promove-o como capaz de fazer algo que outros não conseguem.
  • Os cartazes principais estão localizados em pontos estratégicos que garantem a sua visualização por muita gente. 

Pontos fracos:
  • A semelhança grosseira entre os lemas e sub-lemas de 2013 e 2017: denota falta de criatividade... para quem se lembrar dos de 2013.
  • O lema escolhido para 2017 ("Contigo, por Almada") é manifestamente pobre e insosso. Era expectável e exigível algo mais impactante, condizente com a boa escolha gráfica.
  • A cor da letra escolhida para o lema é infeliz - embora se compreenda que o vermelho seja uma das cores do Bloco -, já que o vermelho confunde-se facilmente com inúmeras outras cores e mais ainda com fundos multicolores. Se se quiser usar o vermelho como tipo de letra, é preferível usar um contorno para autonomizar esta cor do resto do cartaz.
  • A ausência de indicação de meios de contacto físicos ou virtuais e de perfis nas redes sociais ou na internet em geral.
  • Não apresenta quaisquer propostas, o que é bastante negativo para quem se propõe a eleições.
  • O Bloco dirigir-se ao eleitorado tratando-o por "tu" (no "contigo" do lema) não me parece uma estratégia feliz.

Em suma, o Bloco de Esquerda apresenta cartazes muito mais interessantes que os de 2013, apesar de ainda denotar algumas fragilidades passíveis de serem corrigidas. Assusta a falta de sensibilidade para as redes sociais e para a internet, sobretudo quando são cada vez mais as pessoas que dão importância a isso e são as novas tecnologias cada vez mais decisivas em actos eleitorais. É certo que os cartazes não decidem eleições, mas ajudam. E ajudam, não só a reconhecer os candidatos como a reconhecer propostas e outros dados importantes das candidaturas, como as formas de se chegar a elas. O Bloco parece ainda alienado desta realidade e revela distanciamento de meios gratuitos e que podem revolucionar campanhas.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Almada | Autárquicas'2017: os cartazes do PSD

Quatro anos volvidos desde as últimas autárquicas, com o aproximar de novas eleições regressa também a análise para o município de Almada. As reflexões que aqui serão feitas terão como base inspiradora a imparcialidade e o rigor, afastando-se ataques gratuitos ou agressões a pessoas e partidos ou movimentos. Aliás, comentários que constituam injúrias serão prontamente eliminados.
 
Uma vez que a análise se cingirá à campanha, à organização, à estratégia e às medidas dos concorrentes, apela-se a que quem faça comentários o faça atacando-se a mensagem e não os mensageiros.
 
Nestes termos,
Apesar dos tímidos sinais evidenciados pelo CDS nas redes sociais, o arranque oficial foi dado pelo PSD, já há algumas semanas, numa cerimónia em que anunciou os principais candidatos aos órgãos municipais e de freguesia. A análise aos mesmos ficará para mais tarde.
 
Por enquanto, foquemo-nos nos cartazes já plantados nas ruas.
 
Pontos fortes:
  • A campanha do PSD nas ruas começa mais cedo que qualquer outra. Isto justifica-se com a necessidade de tentar estabelecer uma ligação com o eleitorado antes das restantes candidaturas e demonstrar que o Partido não se desligou das causas municipais.
  • Aposta em conteúdos dirigidos a duas frentes distintas: a municipal e a de cada freguesia. Os cartazes maiores (8x3) são destinados a conteúdos que envolvem a Assembleia Municipal e a Câmara Municipal. Os mais pequenos (2x1,5) reservam-se às freguesias.
Exemplo de cartaz com conteúdo de âmbito municipal e não de freguesia
  • Os cartazes de maior dimensão têm uma abordagem muito interessante. Não dá destaque a uma afirmação nem a um chavão (bem-estar, qualidade de vida, etc). Coloca uma pergunta, que obriga o munícipe a reflectir se sabe que tal é possível. E o PSD acrescenta que já o propôs e, mesmo sendo favorável ao cidadão, a CDU rejeitou. Seria bastante diferente se o PSD apresentasse uma frase em grande plano a propor "baixar o IRS", correndo o risco de o eleitor julgar que se trata de mais uma promessa impossível em tempo eleitoral. Com esta pergunta, o PSD faz acreditar que não é um mero devaneio do Partido, mas que, pelo contrário, existe uma base para uma proposta desta natureza. Termina com um "a escolha é sua".
  • Nos cartazes mais pequenos, parece haver um esforço no sentido de transmitir conteúdos e ideias relacionados com a realidade de cada freguesia. Isto aproxima o Partido das pessoas e transmite conhecimento da situação num plano micro.
Exemplo de cartaz com conteúdo exclusivamente direcionado à população de Charneca-Sobreda
  • Um mote para cada freguesia, autonomizando cada candidatura às Juntas.
  • A utilização das cores (predominância do laranja) e do logotipo do Partido, afirmando a sua identidade. Vamos ver como serão os futuros cartazes , mas esta estratégia parece contrastar, para já, com a de 2013, em que as cores do PSD deram lugar a uma paisagem de fundo ou a um outro conjunto de cores (cfr. aqui e aqui).
  • O rebordo preto no cartaz, intencionalmente colocado para dar destaque ao laranja.
  • A utilização de etiquetas (hashtags), procurando dinamizar a campanha nas redes sociais.
 
Pontos fracos:
  • Alguns cartazes em algumas freguesias e outras sem um único que seja. Posso não me ter apercebido mas, por mais que se dêem voltas na Caparica e na Trafaria, não encontramos um cartaz autárquico do PSD nestas freguesias. Isto alimenta a narrativa de que ninguém se lembra ou preocupa com as pessoas destas freguesias. Se há cartazes para uma freguesia tem obrigatoriamente de haver para todas as outras.
  • Motes e mensagens enigmáticos. O mote da candidatura Charneca-Sobreda "Resolver a Charneca-Sobreda" o que significa? Resolver o quê, exactamente? E como? Isto não chega ao público. O mote de Laranjeiro-Feijó é "Como Deve Ser". O que significa isso quando num dos cartazes fazem uma afirmação ("9 em cada 10 já chegaram atrasados devido aos transportes públicos") que não se percebe de onde parte e se é insinuação ou uma consequência da incompetência da junta de freguesia? A mensagem tem de ser clara e deixar o eleitor a reflectir dada a sua objectividade e não pela sua ambiguidade. "Como Deve Ser" e "Resolver a Charneca-Sobreda" são motes manifestamente infelizes que nada trazem de novo nem aproximam o Partido da população.
Um cartaz exibido pelo PSD no Laranjeiro. "Chegaram atrasados" aonde?
Quem se atrasou? De quem é a responsabilidade?
  • Mensagens com conteúdos que pouco ou nada têm a ver com o local onde estão inseridas. Num cartaz, junto ao Hospital Garcia de Orta, escreve-se "Em Almada, o lixo está na rua!". O que tem isso a ver com o contexto do Hospital, do Instituto Piaget e com os acessos à ponte, por exemplo? A meu ver, desperdiçaram-se cartazes que podiam fazer constatações .
O cartaz no Pragal
  • A complicação dos hashtags. Transformar um mote num hashtag pode complicar o que deve ser simples. Exemplo disso é #ResolverACharnecaSobreda, que, caso alguém queira dinamizar nas redes sociais, vai dar origem a coisas como #ResolverCharneca, #ResolverSobreda, #ResolverACharnecaEASobreda, etc. Até mesmo o simples #ruaarua pode dar origem a dispersão de hashtags entre #ruaarua e #ruarua por conta dos dois A seguidos. #ComoDeveSer ou #AmarACosta fazem algum sentido, mas há que ter cuidado com esta opção, já que cada palavra deve iniciar-se com letra maiúscula para evitar leituras confusas. Escrever #AmaraCosta em vez de #AmarACosta ou, no pior dos casos, #amaracosta pode levar as pessoas a lerem Amara Costa, como se se tratasse quase do nome de uma candidata.
  • Mensagens vazias. Num cartaz em Cacilhas lemos "Almada vive de costas para o Tejo!". E então? O que significa isso? É necessariamente mau? E qual é a solução? O cartaz nada diz.
  • O recurso aos chavões que nada acrescentam. Os cartazes na Costa da Caparica, por exemplo, são sofríveis. A "Queremos uma Costa de excelência!" acrescentaram-se lugares comuns como "qualidade dos espaços públicos" e "transportes e estacionamento". Num outro diz-se "Queremos revitalizar o centro da nossa Costa da Caparica: + investimento, + emprego". Boa. Não queremos todos, independentemente do Partido? O que propõe o PSD para atingir estes fins que todos os residentes no concelho pretendem? Desconhece-se. Se é assim que o PSD quer chegar às massas e reconquistar a Costa da Caparica, adivinham-se tempos difíceis para o Partido.
Um dos cartazes do PSD na Costa da Caparica
  • Mensagens arriscadas que nada propõem e podem trazer dissabores ao PSD. O sarcasmo pode ser nocivo para quem o usa se não se souber manuseá-lo como deve ser. Um dos cartazes do PSD na Charneca diz "Quer ser um piloto de ralis? Venha conduzir na Charneca-Sobreda!". Ora, à primeira vista, a crítica é difícil de alcançar. Com algum esforço percebe-se que, sendo o PSD a escrevê-la, provavelmente é uma crítica. Mas nem sequer se compreende se a crítica é dirigida à Câmara, à Junta, a ambas e até que ponto é mesmo uma crítica. Afinal, muitos há que vêem na experiência da condução em rali uma boa escolha de lazer. Será isto, então, uma crítica ou uma medida proposta pelo PSD no sentido de construir uma pista de desportos motorizados?
O cartaz na Charneca
  • Má localização de alguns cartazes. O cartaz deve ser lido de frente, por parte de quem vai de encontro a ele e não se deve colocar o cartaz num qualquer local e esperar-se que alguém olhe para o lado ou perceba que está um cartaz político camuflado no fundo que o rodeia. É o caso de alguns destes cartazes.
  • A ausência de contactos ou páginas de Facebook e de Internet para motivar os eleitores a interagirem com as candidaturas do PSD. Recorrer às hashtags sem as acompanhar de páginas nas redes sociais é incoerente e traduz-se num desperdício de recursos gratuitos ao dispor do Partido.
  • Afinal, o que critica o PSD em Almada? E, muito importante, o que propõe o Partido?